Possível imposição de tarifas por Trump sobre parceiros comerciais dos EUA movimenta os mercados.
- Neto Fortt

- 26 de nov. de 2024
- 2 min de leitura
A ameaça de tarifas do ex-presidente Donald Trump contra os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos volta a agitar os mercados globais. Durante um discurso recente, Trump destacou a possibilidade de reintroduzir medidas tarifárias para proteger indústrias americanas, especialmente manufatura e agricultura, caso volte ao poder.
Essa retórica reacendeu temores de uma escalada nas tensões comerciais, impactando bolsas de valores, moedas e commodities. Investidores estão atentos aos desdobramentos, enquanto analistas ponderam sobre os possíveis impactos na economia global e nas relações comerciais dos EUA.
Se a questão evoluir, pode trazer volatilidade e abrir novas oportunidades no mercado financeiro.

Trump anunciou que pretende impor tarifas adicionais de 10% sobre produtos chineses e de 25% sobre todas as importações do México e Canadá, conforme postou em sua rede social Truth na segunda-feira.
Na terça-feira, o dólar americano registrou um avanço generalizado, enquanto o peso mexicano e o dólar canadense ficaram entre as moedas com pior desempenho. Os títulos do Tesouro dos EUA recuaram, com os rendimentos das notas de 10 anos subindo dois pontos-base para 4,3%, revertendo parte da reação positiva gerada pela nomeação de Scott Bessent como secretário do Tesouro na semana passada. A nomeação havia impulsionado otimismo quanto a uma abordagem mais moderada nas relações comerciais, fortalecendo os títulos e pressionando o dólar.
As declarações de Trump serviram como um lembrete claro de sua intenção de usar tarifas como ferramenta de negociação, seja contra aliados ou adversários. Essa postura reafirma seu afastamento da ordem internacional que prioriza tarifas reduzidas e busca limitar ações punitivas excessivas no comércio global.
Em postagens no Truth Social, Trump defendeu as novas tarifas de importação como uma medida necessária para conter o fluxo de migrantes e drogas ilegais nas fronteiras dos Estados Unidos.
Ele também acusou a China de não cumprir suas promessas de implementar penas mais severas, incluindo a pena de morte, contra traficantes de fentanil. “As drogas estão entrando em nosso país, principalmente pelo México, em níveis nunca vistos antes”, escreveu Trump, reforçando sua justificativa para as ações propostas.

“Até que parem, cobraremos da China uma tarifa adicional de 10%, acima de quaisquer tarifas adicionais, sobre todos os seus muitos produtos que entram nos Estados Unidos da América”, disse Trump.
Em outra postagem, o novo presidente também prometeu impor uma tarifa de 25% sobre o México e o Canadá sobre "TODOS os produtos", dizendo que assinaria uma ordem executiva para esse efeito em seu primeiro dia no cargo.
“Como todos sabem, milhares de pessoas estão se espalhando pelo México e Canadá, trazendo Crime e Drogas a níveis nunca vistos antes”, ele disse. “Esta Tarifa permanecerá em vigor até que as Drogas, em particular o Fentanil, e todos os Imigrantes Ilegais parem esta Invasão do nosso País!”
Pouco depois da publicação de Trump, o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau contatou o presidente eleito e os dois líderes conversaram por telefone para discutir segurança de fronteira e comércio, de acordo com uma autoridade do governo com conhecimento do assunto.
Fonte: Por Nancy Cook e Brian Platt Bloomberg




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